segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Dia Internacional Eco-Escolas

     No passado dia 7 de novembro, comemorou-se na nossa escola o Dia Internacional do Eco-Escolas”. Por isso, nas aulas de Português lemos e analisámos alguns textos relativos à temática, nomeadamente um texto adaptado da revista biográfica "Crónicas de los Tiempos".
     À turma 7.ºC foi proposta a redação de uma página de diário, tendo como base o texto discutido em sala de aula. Eis alguns dos textos produzidos:
               
Leiria, 7 de março de 2056
                Querido diário,
     Neste momento estou feliz, porque é agora, (mais precisamente daqui a vinte minutos) que vou ter direito ao meu copo de água diário. E este é o único que posso beber por hoje, pois a água é um bem muito raro.
     Não percebo por que é que as pessoas dantes desperdiçavam tanto a água e agora imploram por ela. Se eu pudesse fazer algo… mas não posso e sinto-me culpado por isso.
     Dantes, eu era uma das pessoas que desperdiçavam água: tomava banho de imersão, demorava meia hora a lavar o carro sempre com a torneira ligada, não fechava a torneira enquanto lavava os dentes…
     Enfim… os miúdos de agora nem acreditam que dantes havia água em abundância!
     Embora tenha 56 anos, parece que tenho 90, uma vez que a minha cara está toda enrugada, por causa de tanta desidratação.
     Bem, tenho de ir. Já me estão a chamar para o meu copo de água diário!
     Fica bem, querido diário!
                                                                                                                                                 Hugo Lima


                                                                                                                                                                                                            6 de novembro de 2052

     Querido diário,
     Hoje foi um dia cansativo. Vim agora do meu trabalho que este mês foi pago com uma garrafa de litro e meio de água. Hoje já bebi o meu meio copo de água, mas continuo com a sensação de sede.
     Como era bom antigamente, quando tínhamos muita água! Era recomendado beber um litro e meio de água por dia e agora não podemos ultrapassar o meio copo.
     Dantes, tinha muito cabelo, mas agora tenho de cortá-lo para não ficarmos com ele sujo, pois não o podemos lavar. Hoje em dia, toda a nossa roupa é descartável, pois caso contrário, teríamos de a lavar. A nossa paisagem é parecida com o deserto do Egito da minha infância.
     Como eu gostava de poder voltar atrás e mostrar às pessoas o quanto é preciso poupar a água para não ficarem como eu – ter 52 anos mas parecer que tenho 20 anos a mais!
      Até amanhã,
                                                                                                                             Inês Pereira



19 de agosto de 2050
     Querido diário,
     Cada vez é mais difícil sobreviver!
    Hoje em dia, sou uma das poucas pessoas da minha idade que ainda consegue sobreviver a estas altas temperaturas sem água ou com muito pouca.
     Já estou velhinha, mas ainda trabalho, pois é uma das poucas formas de poder sobreviver, uma vez que recebo uma garrafa de água como salário.
     Nos meus tempos de infância, sempre pensei que a água nunca acabaria e que nunca precisaria de trabalhar para ganhar água, mas os tempos mudaram e faço tudo para poder beber um pouco de água.
     Na minha rua, as pessoas que ainda estão vivas, são muito mais jovens do que eu, mas também trabalham.
     Estamos no verão e é muito complicado sobreviver. Não sei se as pessoas aguentarão muito mais tempo.
     Nunca pensei dizer isto, mas sinto saudades dos meus tempos de criança: tenho saudades de passar horas e horas a tomar banho, saudades do meu cabelo limpo e comprido e tenho muitas saudades da minha pele suave e macia.
     Quando me vejo ao espelho, começo a chorar, pois tive de cortar o meu cabelo, devido a não poder lavá-lo como antigamente.
     O que mais me entristece é a minha pele. Ela era perfeita e agora está cheia de rugas e “desfeita” por causa dos raios ultravioletas que chegam à terra, uma vez que quase não há camada de ozono.
     Queria tanto que tudo voltasse aos tempos antigos!
     Por hoje é tudo, querido diário!
                                                                                                                      Jéssica Sousa