sábado, 26 de abril de 2014

Conto do 3.º Ciclo (Semana da Leitura)

Num dia cinzento de inverno, passeava Maria com ar terno pelo jardim do seu solar plantado junto ao mar. Olhava o horizonte e viu um barco, pasmada perguntou “será descobridor ou apenas piratada?”. Ei-la assim assustada, irrompeu em correria! O que será que acontecia?
8.º B - Maria correu para casa gritando pela mãe:
– Mãe! Vem ver o barco que se aproxima da costa! Serão piratas?
Ao ouvir isto, a mãe desceu as escadas apressadamente e ambas correram em direção à praia. Avistaram o barco que se aproximava cada vez mais e ficaram espantadas quando viram a bandeira negra no topo do mastro...
8.º A  – Mãe, são mesmo piratas! Olha a bandeira! – exclamou a Maria.
A mãe achou melhor regressarem a casa e alertaram as outras pessoas que viviam perto da costa. No entanto, ninguém acreditou nelas, pois julgaram ser apenas uma partida.
9.º B - Mas não era uma partida. Tratava-se da realidade, um barco pirata dirigia-se para costa a grande velocidade. Só nessa altura toda a população da ilha se apercebeu da gravidade da situação. Tarde demais, estavam cercados pelos piratas que procuravam o bem mais valioso de Portugal, os primeiros textos escritos em português por ordem do rei D. Dinis.
8.º C - Ao perceber a ameaça ao seu património, a população decidiu reunir todos os textos e guardá-los no esconderijo secreto da ilha. Assim, todos os habitantes que tinham em sua posse os textos de D. Dinis correram a buscá-los para que ficassem em segurança e à guarda do Ancião da ilha.
9.º C - A população entregou os livros ao Ancião. Maria continuou a observar os piratas e apercebeu-se de que os mesmos não queriam apenas o bem mais valioso do país, queriam também destruir o território e aprisionar os habitantes.
Quando Maria se dirigia para contar ao Ancião o que tinha descoberto, ouviu-o a falar com um dos piratas sobre a entrega dos textos.
7.º A  – Onde estão os textos? – perguntava o Barba Negra irritado.
– Aqui os tem, mas primeiro o acordo… – respondeu seguro o Ancião, mostrando um monte de folhas. – Mas não estão completos…
Os dois homens iniciaram uma discussão, pois ambos eram astutos e queriam ficar a ganhar. Enquanto isto, o ancião meditava numa forma de enganar o pirata:
– Então, se eu entregar os textos errados? Será que eles acreditam? – pensou.
Pelo sim, pelo não, falou com os piratas e prometeu entregar-lhes os valiosos documentos.
– Agora, subitamente, vais entregar-nos os textos de livre vontade? – questionaram desconfiados os piratas.
– Não, quero apenas que se vão embora sem fazer mal a ninguém. – afirmou assustado o Ancião.
Os piratas acreditaram e marcaram um encontro para mais tarde.
7.º B - O Ancião foi-se embora e os piratas também. Maria correu a contar ao Lucas, o seu melhor amigo, a conversa que tinha ouvido. Assim, já duas pessoas sabiam do diálogo entre o Ancião e os piratas.
Ao chegar ao encontro, na hora marcada, o guardião da ilha estava vigiado por muitos piratas, mas o que eles não sabiam era que Lucas e Maria tinham trocados os textos: na posse dos malvados estavam os falsos.
9.ºA - Feita a troca, os piratas voltaram para o seu barco, para preparar a partida, mas Barba Negra apercebeu-se, ao analisar melhor os documentos, de que estes eram falsos. Furiosos por terem sido enganados, os piratas regressaram à ilha e fizeram o Ancião refém, ameaçando-o de morte, caso os habitantes da ilha não lhes entregassem os textos originais. No entanto, como o Lucas não quis dizer onde se encontravam os textos que tinham trocado, Barba Negra perdeu a paciência e atirou-o ao mar com sacos de areia atados aos pés, acabando por afogar-se.
7.ºC - Maria nem queria acreditar. Subitamente o seu coração enchia-se de ódio para com os piratas. Chorou, chorou, chorou… até se lembrar de que não era a chorar que a ilha se livrava deles. Então, teve uma ideia! Procurar a ajuda de Mun Lee, um guerreiro japonês cego que vivia, havia muitos anos, refugiado no interior da ilha.
– Mun Lee, precisamos da tua ajuda! – gritou Maria desesperada.
– Por que havia eu de te ajudar? – perguntou Mun Lee.
– Nós precisamos de ti… –  chorava a menina. E depressa lhe contou todos os incidentes que envolviam os piratas e os valiosos textos.
– Não vos irei ajudar. – respondeu prontamente ao pedido de Maria.
A menina saiu desiludida e dirigiu-se à praia, sem saber muito bem o que fazer. Mun Lee ficou a refletir no que Maria lhe tinha dito e decidiu ajudá-los, pois o seu mestre tinha-lhe ensinado que quando somos movidos pelo rancor, uma nova guerra pode acontecer. Apressou-se a alcançar Maria, guiado pelo seu olfato e destreza e rapidamente a alcançou. Explicou-lhe então a sua mudança de atitude e combinaram uma forma de travar os piratas.
Chagados à costa, meteram-se no pequeno barco, que o pai de Maria lhe oferecera quando era pequena, navegaram até chegar ao barco pirata e com a ajuda de uma corda subiram a bordo. De seguida, puseram em prática o plano combinado e em dois tempos uma grande explosão fez afundar o barco.

Nunca mais ninguém ouviu falar dos piratas e do seu capitão Braba Negra. Quanto aos valiosos textos, os primeiros escritos em português, esses continuam a ser vistos e admirados no museu da ilha.