sexta-feira, 6 de maio de 2016

Sessão de Cinema PNC

No passado dia 3 de maio, os alunos do 7.º ano do Colégio Senhor dos Milagres assistiram à projeção do filme “Adeus, pais”, de Luís Filipe Rocha. Esta iniciativa complementou o trabalho desenvolvido no Colégio ao longo do ano letivo, no âmbito do Plano Nacional de Cinema. Para viabilizar a atividade, foi estabelecida uma parceria com o Cinema City (Leiria), que generosamente se disponibilizou para efetuar a projeção numa sessão especial para os nossos alunos.
As atividades no âmbito do PNC têm como principais objetivos promover a literacia para o cinema, integrar o cinema nos recursos pedagógicos do processo de ensino e aprendizagem, e divulgar obras cinematográficas de relevo nacional, fomentando a cultura geral dos alunos.

O coordenador do PNC, Diogo Monteiro

quinta-feira, 14 de abril de 2016

Semana Aberta à Comunidade

        Na passada semana de 25 a 29 de janeiro, decorreu no Colégio a “Semana Aberta à Comunidade”. Pelo segundo ano consecutivo, o Colégio abriu as suas portas à comunidade para partilhar conhecimentos, experiências e práticas no âmbito do seu Projeto Educativo. Os encarregados de educação e familiares puderam acompanhar os alunos nas suas aulas, nas atividades de enriquecimento do currículo, bem como na vivência da dinâmica escolar (atuações de música, dança e ginástica acrobática, exposições temáticas, …).

        Para além de proporcionar a sã convivência e partilha entre todos os elementos da grande família do Colégio, este projeto também assinalou a “Semana da Liberdade de Escolha”, iniciativa promovida, em Portugal, pela Confederação Nacional de Educação e Formação, mas que se decorre em toda a Europa.


Clube de Francês

A par de alguns conteúdos linguísticos fundamentais, os alunos do clube de Francês também têm a oportunidade de explorar aspetos culturais francófonos.
Em trabalhos de grupos, os discentes pesquisaram informações e elaboraram cartazes alusivos a diferentes monumentos franceses. Desta forma, descobriram factos históricos e culturais que estiveram na origem da construção de alguns dos monumentos mais famosos do mundo.

Prof. responsável – Diogo Monteiro





quarta-feira, 13 de abril de 2016

“7 dias, 7 dicas sobre os media”

O concurso “7 dias, 7 dicas sobre os media” é uma iniciativa promovida pela Rede de Bibliotecas Escolares (RBE) em parceria com a Direção-Geral da Educação (DGE), a Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) e a Comissão Nacional da Unesco (CNU). Consiste num concurso de produção de dicas sobre os media, em suporte digital.
Até ao dia 18 de março, todas as turmas participaram, elaborando cartazes digitais com 7 dicas, tendo sido selecionados e submetidos a concurso 5 trabalhos que primaram pela qualidade e originalidade, de acordo com os seguintes temas:
• 5.º ano: 7 dicas para usar os media na sala de aula e na biblioteca
• 6.º ano: 7 dicas para promover a segurança online
• 7.º ano: 7 dicas para proteger os dados pessoais
• 8.º ano: 7 dicas para manter a reputação online
• 9.º ano: 7 dicas para evitar a dependência online

Departamento Curricular de Línguas


Concurso “A melhor carta 2016”

No âmbito do projeto promovido pelos CTT – Correios de Portugal e pela Autoridade Nacional de Comunicações (ANACOM), decorreu o concurso “A melhor carta 2016”. O tema da carta desta edição intitulava-se “Imagina que tens 45 anos e escreve uma carta a ti próprio”.
Com a participação neste concurso, os alunos desenvolveram a competência escrita, a aprendizagem e o enraizamento da língua portuguesa, bem como o gosto pela redação de cartas. Após redação e a correção dos trabalhos, foram selecionados 47 trabalhos, que primaram pela qualidade e originalidade.

Carta do aluno Bruno Carvalho (6.ºA)

Lisboa, 27 de janeiro de 2061
Olá Bruno,
Não te assustes! Daqui falo eu, Bruno. Quero dizer, tu, mas no futuro! Bem, não interessa. Escrevo-te esta carta apenas por um motivo: quero contar-te o que se passa nesta época, ou seja, no ano de 2061. Eu tenho 45 anos e vivo na cidade de Lisboa.
Os carros voam com propulsores em vez de rodas. A velocidade máxima de cada um é de 500 km por hora. Os comboios flutuam através de ondas magnéticas que na tua altura, em 2015, já existiam, embora pouco desenvolvidos. Agora os comboios têm interiores luxuosos e os preços das viagens chegam aos 2000 Euros. As casas passaram a ser cúpulas suspensas por cabos resistentes feitos a partir de titânio e de uma liga de ouro, que estão presos a uma cúpula maior que protege todas as cidades. Cada casa é feita de acordo com os gostos de cada pessoa e são resistentes ao vento, chuva, frio e calor.
Neste futuro, o clima dividiu-se em apenas duas estações: verão e inverno. Cada uma destas estações dura cerca de seis meses. No verão, as temperaturas podem chegar aos 60 graus Celcius e a cidade parece um deserto. As ervas secaram e a areia ocupa todo o espaço. No inverno, as temperaturas podem chegar aos 70 graus Celcius abaixo de 0. Tudo o que era areia passa a estar recoberto de neve, que chega a atingir cerca de cinco metros de altura, nos invernos mais rigorosos.
Eu trabalho no centro bioquímico da cidade. Fui eu que ajudei a construir as novas casas. Tens de te esforçar muito, como eu, para chegares a este posto. Eu sei que nem sempre vais ser muito aplicado nos teus estudos, mas acredita em mim, aliás, em ti: conseguirás tudo o que tu quiseres se te esforçares e trabalhares para isso. Agora, a esta distância, eu tenho plena consciência disso e fico com pena quando penso nas alturas em que fui preguiçoso. Bruno, tu tens enormes capacidades! Basta pô-las em prática e esforçar-te para alcançar os teus objetivos!
Alguns dos meus colegas de trabalho conseguiram construir próteses para qualquer parte do corpo. Essas próteses têm a ajuda de nano-robôs que reconstroem a parte do corpo em falta. Para os animais domésticos também se aplica esse método, mas reconstruindo o corpo todo. Está também a ser testado um medicamento que pode aumentar a vida conforme a estrutura física de cada pessoa. E estamos a testar um robô que pode transferir as emoções e sentimentos de cada pessoa para um computador e assim podermos “viver”, digamos, para sempre.
E tens uma família maravilhosa! És casado e tens dois filhos (a Rita e o Bernardo). Mas mais não digo: há coisas que tens de vivenciar e de descobrir por ti próprio. Se não, não vale a pena viver a vida, sabendo tudo o que vai acontecer.
Despeço-me com um grande abraço!

Bruno

ENGLISH IN THE CLASSROOM

            Com o intuito de contribuir para o alargamento de conhecimentos sobre a cultura e tradição dos países de língua oficial inglesa, o Departamento Curricular de Línguas dinamizou a exposição de Inglês. Esta iniciativa contribuiu, também, para promover o gosto dos alunos pela aprendizagem desta língua estrangeira. Assim, os alunos dos 2.º e 3.º ciclos, na disciplina de Inglês, realizaram trabalhos no âmbito das unidades temáticas abordadas, o que resultou num conjunto de trabalhos diversos, nomeadamente trabalhos escritos, maquetas, entre outros. Os alunos demonstram bastante empenho,  interesse a motivação na concretização desta atividade.


Departamento Curricular de Línguas 


Biblioteca Escolar

No âmbito das atividades desenvolvidas no espaço Biblioteca Escolar, os alunos do Colégio Senhor dos Milagres celebraram o Dia de S. Valentim através da atividade “Correio da Amizade”. Assim, os alunos tiveram a oportunidade de enviar cartas aos seus colegas e amigos. Os alunos participaram com bastante interesse e motivação, tendo escrito cartas e poemas com muita criatividade e empenho. 


IV Edição das Olimpíadas da Língua Portuguesa

No dia 19 de fevereiro, 49 alunos do 3.º ciclo participaram na atividade “IV Edição das Olimpíadas da Língua Portuguesa”, uma iniciativa promovida pela Direção Geral da Educação, Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, Plano Nacional de Leitura, Escola Secundária de Camões e Agrupamento de Escolas Aurélia de Sousa.
Os alunos evidenciaram bastante interesse pela atividade e concretizaram a prova com empenho, tendo esta contribuído para a promoção da educação linguística e incentivo face ao bom uso da língua portuguesa.

Departamento Curricular de Línguas


“Na rota dos livros” – Visita à Biblioteca Municipal Afonso Lopes Vieira

No âmbito do Plano Anual de Atividades e em articulação com os conteúdos da disciplina de Português, nos dias 1 e 10 de março, os alunos do quinto ano de escolaridade participaram na atividade “Na rota dos livros” que consistiu numa visita guiada à Biblioteca Municipal Afonso Lopes Vieira e à Sala Museu Afonso Lopes Vieira.

Os discentes evidenciaram bastante recetividade e interesse pela atividade, tendo a mesma contribuído para enriquecer a sua experiência, na medida em que tiveram oportunidade para contactar com obras literárias pertencentes ao programa da disciplina, assim como para contextualizar as aprendizagens curriculares. Por outro lado, os alunos tiveram a oportunidade de conhecer melhor a vida e obra do autor leiriense Afonso Lopes Vieira.



Concurso “Faça lá um poema 2016”

Como forma de incentivar o gosto pela leitura e escrita de poesia, os alunos dos 2.º e 3.º ciclos do Colégio Senhor dos Milagres procederam à redação de textos poéticos, no âmbito da disciplina de Português.
Assim, de acordo com o regulamento da atividade, procedeu-se à seleção de um poema por cada ciclo de escolaridade por evidenciarem mais criatividade, originalidade e imaginação.
De salientar que a participação no concurso “Faça Lá um poema 2016” se inseriu numa iniciativa conjunta promovida pelo Plano Nacional de Leitura e a Fundação Centro Cultural de Belém.

Planeta
Ó pássaro que sobrevoas os céus
Já nem asas tens que bater
Fazes este mundo desvanecer
e todos os habitantes morrer […]

O fim está nas nossas mãos
Agora teremos de escolher
A sobrevivência do planeta
Ou todos iremos desvanecer.


Emanuel de Sousa Roque, 8ºC

“7 dias com os Media”

Este ano letivo, irá realizar-se a 4ª edição da atividade “7 dias com os media”. Esta iniciativa decorrerá entre os dias 3 a 9 de maio de 2016, em torno do Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, que se celebra a 3 de maio.
Esta iniciativa irá ser desenvolvida pelos Departamentos Curriculares de Línguas e Ciências Sociais e Humanas, bem como pela Biblioteca Escolar.

Assim, os alunos serão convidados a desenvolver atividades relacionadas com os media, nomeadamente a criação de um mural com comentários/ opiniões sobre a importância dos media, após debate e discussão desta temática nas aulas de Português, bem como participação em desafios diários no espaço da Biblioteca sobre os diversos meios de comunicação existentes.  


UMA AVENTURA LITERÁRIA – 2016

        Ao longo do 1.º e do 2.º períodos, os alunos do Colégio Senhor dos Milagres, à semelhança dos anos anteriores, participaram no concurso “Uma Aventura Literária 2016”, uma iniciativa promovido pela Editorial Caminho.
        Os alunos participaram nesta iniciativa, através da redação de textos originais de tema livre.
No geral, evidenciaram bastante interesse na redação dos textos, tendo a participação nesta atividade contribuído significativamente para o desenvolvimento de competências ao nível da expressão escrita e da criatividade. 


Departamento Curricular de Línguas


UM CONTO QUE CONTAS – 2015/2016

Pelo quarto ano consecutivo, os alunos do 2.º e do 3.º ciclo participaram no Concurso “Um Conto que Contas”, uma iniciativa promovida pela Sociedade Portuguesa de Matemática e apoiada pela Universidade de Évora e Fundação da Ciência e Tecnologia.
Os alunos criaram e ilustraram contos envolvendo conteúdos matemáticos, tendo a atividade contribuído para o aperfeiçoamento de competências de escrita, a articulação entre diversas áreas do saber e para o desenvolvimento da capacidade de expressão e comunicação.
Os contos submetidos a concurso primaram pela criatividade, correção linguística, bem como pela adequação dos conteúdos matemáticos.
Departamento Curricular de Línguas

Departamento Curricular de Matemática e Ciências Físicas e Naturais


Conta Reciclar – Eu conto com a reciclagem

No ano letivo transato, no âmbito da disciplina de Português, os alunos dos 2º e 3ºciclos participaram no concurso “Conta reciclar – Eu conto com a reciclagem”, promovido pela Valorlis, através da redação de contos inéditos alusivos à temática da reciclagem.
Foram apurados os seguintes vencedores:
- Escalão do 2.º ciclo (1.º prémio Ana Gomes, Núria Simão, Bruna Costa e Daniela Carvalho, 2.º prémio Lucas Paixão, Tiago Silva e Sara Oliveira  e 3.º prémio João Fernandes, Tiago Bento, Rúben Gaspar e Guilherme Faria)
            - Escalão do 3.º ciclo (1.º prémio Gisela Santos; 2.º prémio Laura Fontes  e 3.º prémio Rafael Gomes)
A cerimónia de entrega de prémios, na qual estiveram presentes alunos, pais e professores que foram surpreendidos pela leitura e apresentação dos contos vencedores pelo professor bibliotecário Carlos Silva e pela ilustradora Nídia Nair que recriaram o imaginário de dois dos contos, decorreu no dia 10 de dezembro.
Parabéns a todos os alunos vencedores!


“Gil Vicente e a rota das religiões”, 16 de fevereiro

No âmbito dos conteúdos das disciplinas de Português e de História, os alunos do 9.º ano visitaram o Santuário do Cristo Rei, em Almada, e assistiram à representação da peça “Auto da Barca do Inferno”, pelo grupo de teatro “O Sonho”, em Lisboa.
Esta visita possibilitou a contextualização das aprendizagens curriculares e proporcionou aos alunos a aquisição e aprofundamento de conhecimentos e competências num contexto extra-aula.

Os discentes revelaram grande interesse e motivação na concretização das atividades desenvolvidas, adotaram um comportamento exemplar e atitudes e posturas adequadas às diferentes situações.

SEMANA DA LEITURA 2015 / 2016

Subordinada à temática sugerida pelo Plano Nacional de Leitura, “Elos de leitura”, a Semana da Leitura decorreu no Colégio Senhor dos Milagres entre os dias 29 de fevereiro e 4 de março de 2016.
Participaram na atividade a comunidade educativa do Colégio Senhor dos Milagres e 160 alunos das escolas do 1.º Ciclo do Ensino Básico de Mata dos Milagres, Milagres, Alcaidaria, Regueira de Pontes e Agodim.
Para além de visitarem a já tradicional Feira do Livro, os alunos participaram em ateliês de leitura e escrita, assistiram à projeção de um filme e à representação de uma peça de teatro dinamizada pelo Clube de Teatro.
As atividades desenvolvidas contribuíram para sensibilizar toda a comunidade para a importância da leitura na sociedade atual, permitiram um contacto mais dinâmico com obras de literatura infantil e juvenil, potenciando a fruição leitora e a competência literária individual.

Conto coletivo 3.º CEB (Semana da Leitura)


E
sta Páscoa vai ser mais triste… Há muito que todas as festividades cá em casa deixaram de ter grande piada. O meu pai já está a trabalhar em Angola há dois anos, desde que a empresa em que trabalhava, em Lisboa, fechou as portas, deixando 120 trabalhadores no desemprego. O meu pai não encontrou outra solução se não rumar a outro país para continuar a garantir o sustento da família.
Sim, eu sei que não sou o único nesta realidade… mas isso não impede que me sinta triste… estou triste porque os meus pais decidiram que era tempo de voltarmos a ficar juntos e… vamos ter com o meu pai. Tenho a cabeça cheia de dúvidas, de perguntas

7.º A
Mudar de escola, de amigos, de casa, de vizinhos, mudar tudo na minha vida, assusta-me.
Não conheço ninguém em Luanda. Apenas a minha família: o meu pai, a minha mãe e a minha irmã Rosa. Quando sair de Portugal nada voltará a ser como era, tudo irá mudar. Vou deixar os meus amigos. Vou para um país onde a maioria da população é negra com uma cultura muito diferente da que estou habituado. Tenho medo!
Sou um pouco tímido, mas se calhar até vou fazer novas amizades, criar novas alianças, por isso tenho de enfrentar os meus medos e juntar-me a elas. Afinal de contas somos todos iguais, não é a cor da pele que nos define.
Por um lado, não sei porque estou tão triste e receoso, a minha família vai voltar a estar unida e isso é o mais importante. Talvez esteja apenas com medo do desconhecido. Será que um dia vou voltar para Portugal? O que vai acontecer às amizades que vou deixar para trás?

8.º A
Hoje é o meu último dia de aulas no Colégio de Santa Cruz. Assim que me aproximo da entrada, invade-me já um enorme sentimento de saudade, tristeza e também alguma nostalgia. De repente, ouço alguém chamar-me “Duarte, Duarte…”. Deparo-me com uma faixa gigantesca à entrada do pavilhão desportivo a dizer “Até breve Duarte, vamos sentir a tua falta”.
Senti-me bastante emocionado com esta atitude dos meus amigos, pois alguns já contam com 14 anos de grande cumplicidade. Aproveitei para me despedir de todos os colegas, professores e funcionários. Contudo, na minha cabeça já só pensava na enorme viagem que iria fazer e no que me esperava…
O dia da viagem chegou.

7.º C
- Duarte, Duarte, acorda. Chegamos. – chamou a minha mãe.
Ainda meio ensonado, saí do avião. Senti logo o calor típico de África, estranhei o cheiro, parecia a erva seca. Também notei diferença nas pessoas com quem me ia cruzando. O meu corpo tremia de ansiedade. Como estaria o meu pai? Com todo este calor a sua cor de pele teria mudado?
A minha mãe guiou-me por um braço até à zona de desembarque, logo avistei uma cara conhecida – o meu pai.
Não sei porque temia tanto o seu aspeto, estava apenas mais moreno e mais lamechas também, pois assim que me viu deu-me um abraço que pareceu durar horas.
No caminho até a minha nova casa, vi pela janela do carro de vidros escuros milhares de coisas: mulheres com os filhos pendurados nas costas, prédios grandes e degradados, casas com jardins imensos e bem cuidados. O que me chamou mais à atenção foi o trânsito caótico.
Finalmente, chegamos a casa, sãos e salvos. Não consigo descrever o que sinto, por um lado já tenho saudades de Portugal e por outro sinto ansiedade sobre o que irá acontecer daqui para a frente. Mas o que eu mais anseio mesmo é conhecer a minha nova escola.

8.ºB
            Deparei-me com uma realidade diferente da que esperava: a minha nova casa era bem mais pequena do que a casa que tínhamos em Lisboa. Cá em Luanda, as habitações estão, comparativamente às portuguesas, um pouco degradadas, as paredes mesmo pintadas de vermelho parecem não ter cor nem alegria e parece que estão isoladas de tudo. Cada vez mais me convenço de que não vai ser nada fácil habituar-me a este novo espaço.
            Entretanto, o meu pai chamou-nos para jantar: nova surpresa. Em cima da mesa tudo para mim era novidade: fubá, biltongue, babotie, chermoula… e outros pratos típicos daquela região. Todos diziam que a comida estava ótima… todos menos eu, a minha mãe e a Rosa que mal tivemos vontade (ou coragem) de provar.
            Comi alguma coisa com tanto picante que tive de ir à rua apanhar ar. Mal cheguei à varanda, deparei-me com uma bola toda feita de trapos, que havia sido chutada por um menino, o qual aparentava ser da minha idade. Entreguei-lhe a bola e tive uma nova surpresa.

8.ºC
            O menino era branco como eu e estava descalço. Reparei que jogava num campo improvisado com o piso repleto de pedregulhos. Como é que ele conseguia andar descalço sem se magoar?
            Aproximou-se de mim e, com um sorriso no rosto, disse-me:
            - Obrigado!
            Estranhei o facto de ele ter uma pronúncia tão parecida com a minha, mas tempos depois vim a descobrir que ele também tinha vindo de Portugal nas mesmas condições que eu há alguns anos atrás.
            Convidou-me para jogar à bola com ele, mas, como ainda não me estava a sentir bem do estômago, recusei. Provavelmente, não foi a melhor opção, mas na altura achei que sim, pois não o conhecia de lado nenhum.
            Mal sabia eu que viríamos a ser grandes amigos no futuro!
7.º B
         No dia seguinte, os meus pais levaram-me à escola. A viagem foi atribulada.  Embora não fosse longe de minha casa, demorámos muito tempo devido ao caos no trânsito. Apercebi-me que muitos meninos iam para a escola a pé, vestidos com uma bata branca, da qual pareciam orgulhar-se muito. A certa altura do percurso, reparei que o menino branco da bola de trapos caminhava a pé, com os livros debaixo do braço. Pedi ao meu pai que encostasse e lhe desse boleia. Ele aceitou prontamente.
     Fiquei a saber que se chamava Afonso e que, tal como eu, tinha muitas saudades de Portugal. Da sua aldeia, tinha especiais saudades do avô Joaquim, da avó Mariana e, principalmente, da sua irmã Inês. Ela era mais velha e já era casada, por isso não viera com a sua família. Também sentia muita falta da sua equipa de futebol, do União de Leiria.
         Entretanto, chegámos à nossa escola e rapidamente apercebemo-nos que iríamos ficar na mesma turma.

9.º B
Chegou a hora de começar a primeira aula. Senti um aperto no coração e demasiada ansiedade. De qualquer forma segui o Afonso que se dirigiu prontamente à sala da turma.
Nova surpresa! Havia alunos de diferentes nacionalidades: uns eram brancos como eu, outros mais morenos; uns andavam descalços e outros não; uns tinham roupas melhores e outros piores. Perante todas aquelas diferenças, senti-me mais seguro e confiante. Afinal não era o único estrangeiro.
O Afonso ajudou a integrar-me na turma. Sentamo-nos lado a lado e a confiança entre nós começou a aparecer.
Quem diria que uma bola de trapos poderia iniciar uma forte amizade?

9.º A
Daí por diante, eu e o Afonso tornamo-nos grandes amigos e descobrimos que tínhamos muitas afinidades.
Depois de o professor me ter apresentado a toda a turma, iniciou a aula. Rapidamente se passou uma hora e era tempo de ir para o intervalo. Pouco a pouco o Afonso foi-me apresentando ao seu grupo de amigos, que me recebeu com entusiasmo e grande alegria.
Começava a pensar que talvez não fosse assim tão mau mudar de país. Confesso que ao início a ideia não me agradou mesmo nada, mas depois de entrar na escola e ver aquelas pessoas algo mudou. Eles eram todos tão diferentes, mas tão iguais. Tinham uma relação muito forte e eram bastante unidos, isso agradou-me.
Com o passar do tempo, também criei muitos laços com outros alunos da escola e percebi que, apesar de todas as diferenças que possam existir, conseguimos todos ser amigos e perceber que somos todos iguais.
Apesar de me sentir mais integrado, continuei também a sentir grandes saudades de Portugal. Até ao dia em que …

9.º C
deitado no meu sofá e cercado pelas paredes vermelhas descoloradas, percebi que já tinham passado dezanove anos desde o dia em que uma bola de trapos me veio parar aos pés.
Preparo-me para amanhã apresentar o meu livro, um dos sonhos que tinha desde criança e que sempre me acompanhou em todas as mudanças da minha vida. Lembro-me de ter catorze anos e pensar que este dia seria vivido em Portugal.
Afinal a mudança de país, cultura e até de amizades em nada modifica a concretização dos nossos sonhos, esta depende apenas da força de vontade e determinação de cada um.
Sempre achei que a leitura poderia servir para criar elos entre as pessoas de várias culturas e nacionalidades. Este é o grande objetivo do meu livro.


FIM

segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

PÁGINA DE DIÁRIO

Trabalho realizado no âmbito da disciplina de Português – Turma 8.ºC


Texto escrito pelo avô Markus no dia em que ficou sem a sua neta de quem tanto gostava… (obra “O Mundo em que vivi”, de Ilse Losa) 

No meu quarto, 14 de abril de 1940

     Querido diário,
     Penso que hoje me retiraram a última coisa que me fazia erguer todos os dias, penso que me retiraram a última esperança que eu tinha de que um homem velho também poder ser feliz.
Foi-se embora a pessoa que me fazia viver o dia a dia sem pensar no amanhã, que me fazia aproveitar todos os momentos da minha vida sem quaisquer preocupações.
     Foi-se embora a minha querida neta que me fazia sorrir todos os dias!
     Agora estou aqui, eu e a minha mulher, duas pessoas velhas que se adoram, mas que perderam uma das maiores alegrias das suas vidas.
     Vou tentar viver a vida como Rose me ensinou, apesar de não a ter comigo, vou aproveitar os poucos anos de vida que me restam a tentar ser feliz.
    Aquela pequenina, com apenas seis anos, já me deu uma grande lição de vida!
Markus
João Dinis, 8.ºC


No quarto da minha querida neta, 22.02.1942

     Querido diário,
   Este dia foi cansativo pois perdi uma das pessoas mais fundamentais da minha vida. Agora que ela se foi embora vai cuidar da sua vida e eu fico sem o que é mais importante para mim…
   Penso nela como se ela estivesse aqui ao meu lado. Tenho saudades dela, das suas gargalhadas, das suas brincadeiras, da sua coragem, etc.
   O lugar dela ficou vazio, mas para mim o seu coração ficou no mesmo sítio de onde nunca sairá...
                                                                               
 Markus
Flora Rodrigues Nº10 8ºC


Querido diário ,
Hoje é o dia mais triste da minha vida. Estou muito abalado, pois perdi a minha querida neta , a Rose.
Foram 6 anos a cuidar dela , foram 6 anos em que me sacrifiquei pela Rose. Nunca lhe faltou nada (alimentação , vestuário , amor , carinho etc… ), nunca lhe faltou mesmo nada!
Estive sempre aqui para ela , mas hoje foi-se embora. Estou triste! Só de pensar que nunca mais a vou ver… dói-me o coração… É como se ele tivesse sido destruído por completo…
             Não me consigo recompor , é como se tivesse sido alvejado no peito…
      Desculpa querido diário por este desabafo, mas só tu é que me compreendes. Se não fosses tu, com quem poderia desabafar?
                Restam-me poucas forças. Sinto que estou perto da partida ..
                Adeus querido diário!

Markus
Flávio Nunes, 8.ºC


No meu sofá
24/11/1940

     Querido diário,
     Hoje aconteceu uma coisa terrível: a minha querida neta Rose foi-se embora. Estou há tão  pouco tempo sem ela e já me sinto um homem triste.
     Deixei-a ir! Fiquei sem o meu bem mais precioso!
     Ainda me lembro quando nós tínhamos as nossas brincadeiras. Ela adorava andar às minhas cavalitas e adorava cantar comigo. Sei que ela era muito feliz aqui e que eu fiz de tudo para que ela se sentisse muito feliz.
     Sei bem que o que ela precisa agora é de estar concentrada nos estudos e que os pais dela dar-lhe-ão a melhor educação possível. E isto é o que no fundo me alivia…

     Obrigado por me ouvires,
 Markus      
Bruna Alves 8.º C