quarta-feira, 13 de abril de 2016

Concurso “A melhor carta 2016”

No âmbito do projeto promovido pelos CTT – Correios de Portugal e pela Autoridade Nacional de Comunicações (ANACOM), decorreu o concurso “A melhor carta 2016”. O tema da carta desta edição intitulava-se “Imagina que tens 45 anos e escreve uma carta a ti próprio”.
Com a participação neste concurso, os alunos desenvolveram a competência escrita, a aprendizagem e o enraizamento da língua portuguesa, bem como o gosto pela redação de cartas. Após redação e a correção dos trabalhos, foram selecionados 47 trabalhos, que primaram pela qualidade e originalidade.

Carta do aluno Bruno Carvalho (6.ºA)

Lisboa, 27 de janeiro de 2061
Olá Bruno,
Não te assustes! Daqui falo eu, Bruno. Quero dizer, tu, mas no futuro! Bem, não interessa. Escrevo-te esta carta apenas por um motivo: quero contar-te o que se passa nesta época, ou seja, no ano de 2061. Eu tenho 45 anos e vivo na cidade de Lisboa.
Os carros voam com propulsores em vez de rodas. A velocidade máxima de cada um é de 500 km por hora. Os comboios flutuam através de ondas magnéticas que na tua altura, em 2015, já existiam, embora pouco desenvolvidos. Agora os comboios têm interiores luxuosos e os preços das viagens chegam aos 2000 Euros. As casas passaram a ser cúpulas suspensas por cabos resistentes feitos a partir de titânio e de uma liga de ouro, que estão presos a uma cúpula maior que protege todas as cidades. Cada casa é feita de acordo com os gostos de cada pessoa e são resistentes ao vento, chuva, frio e calor.
Neste futuro, o clima dividiu-se em apenas duas estações: verão e inverno. Cada uma destas estações dura cerca de seis meses. No verão, as temperaturas podem chegar aos 60 graus Celcius e a cidade parece um deserto. As ervas secaram e a areia ocupa todo o espaço. No inverno, as temperaturas podem chegar aos 70 graus Celcius abaixo de 0. Tudo o que era areia passa a estar recoberto de neve, que chega a atingir cerca de cinco metros de altura, nos invernos mais rigorosos.
Eu trabalho no centro bioquímico da cidade. Fui eu que ajudei a construir as novas casas. Tens de te esforçar muito, como eu, para chegares a este posto. Eu sei que nem sempre vais ser muito aplicado nos teus estudos, mas acredita em mim, aliás, em ti: conseguirás tudo o que tu quiseres se te esforçares e trabalhares para isso. Agora, a esta distância, eu tenho plena consciência disso e fico com pena quando penso nas alturas em que fui preguiçoso. Bruno, tu tens enormes capacidades! Basta pô-las em prática e esforçar-te para alcançar os teus objetivos!
Alguns dos meus colegas de trabalho conseguiram construir próteses para qualquer parte do corpo. Essas próteses têm a ajuda de nano-robôs que reconstroem a parte do corpo em falta. Para os animais domésticos também se aplica esse método, mas reconstruindo o corpo todo. Está também a ser testado um medicamento que pode aumentar a vida conforme a estrutura física de cada pessoa. E estamos a testar um robô que pode transferir as emoções e sentimentos de cada pessoa para um computador e assim podermos “viver”, digamos, para sempre.
E tens uma família maravilhosa! És casado e tens dois filhos (a Rita e o Bernardo). Mas mais não digo: há coisas que tens de vivenciar e de descobrir por ti próprio. Se não, não vale a pena viver a vida, sabendo tudo o que vai acontecer.
Despeço-me com um grande abraço!

Bruno